X-Men ’97: Nostalgia e qualidade se unem em uma nova aventura mutante | Review

Embora o gênero de super-heróis esteja saturado, ainda há espaço para obras que exploram a nostalgia dos fãs. Apesar da enxurrada de adaptações para o cinema, muitas de qualidade questionável, os X-Men continuam como a equipe mais querida da Marvel. O anúncio de X-Men ’97, continuação direta da aclamada série dos anos 90, gerou grande expectativa. O desafio era duplo: conquistar o público nostálgico e fisgar novos fãs com a qualidade da série.

Nostalgia sem afastar novos espectadores

Os primeiros episódios lançados no Disney+ alcançam esse equilíbrio com maestria. A história não exige conhecimento prévio da série original. Informações essenciais são fornecidas de forma natural, sem comprometer o ritmo da trama. O Mancha Solar (Gui Agustini) assume o papel que Jubileu teve na primeira temporada, introduzindo o universo mutante e a dinâmica da equipe.

Um novo capítulo com temas clássicos

“A Mim, Meus X-Men” funciona como um típico episódio de abertura de temporada. Após a morte do Professor Xavier (Ross Marquand), Ciclope (Ray Chase) assume a liderança e busca manter vivo o sonho de seu mentor. A relação entre mutantes e humanos é aparentemente pacífica, mas os heróis sabem que esse equilíbrio é frágil. Um grupo rebelde sequestra mutantes usando tecnologia dos Sentinelas, levantando suspeitas de algo maior em jogo.

“O Início da Libertação Mutante” se destaca como o melhor episódio até o momento. Carregado das características clássicas dos X-Men, o episódio explora temas como racismo, preconceito, aceitação e esperança. Magneto (Matthew Waterson) se torna o porta-voz das mudanças na série, assumindo a liderança dos X-Men por um pedido póstumo de Xavier. Seus ideais fortes e ódio pela humanidade, intensificado desde a infância, dão força ao seu discurso na ONU, ecoando acontecimentos recentes como a invasão ao Capitólio nos EUA.

Modernidade e nostalgia em perfeita harmonia

“X-Men ’97” vai além de discursos impactantes. A ideia de equilibrar modernidade e nostalgia se reflete na animação. Apesar de um estranhamento inicial, a escolha do 2D com toques de 3D em momentos específicos se mostra acertada. As cenas de ação são fluidas e não comprometem a qualidade da interação entre os personagens, mesmo sem abuso da computação gráfica.

X-Men ’97: Uma lufada de ar fresco no universo dos super-heróis

“X-Men ’97” demonstra que a nostalgia não precisa ser barata. A série entrega personalidade e modernidade em um momento em que os super-heróis correm o risco de se tornarem caricaturas de si mesmos. É cedo para tirar conclusões definitivas, mas uma coisa é certa: os mutantes continuam relevantes em qualquer época e fase das adaptações de quadrinhos.

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